Esse mundo é impossível

4 maio, 2009

A grande questão do momento é: “Outro mundo é possível?”. Temos muita gente comprovando cientificamente que sim. Avanços na agricultura ecológica com a consolidação dos ensinamentos sobre os ciclos naturais, a percepção do solo como organismo vivo e dinâmico, o entendimento holístico da agricultura e a consciência da responsabilidade em trazer estabilidade social no meio rural. A agricultura ecológica é uma ciência. E não lirismo e poesia, como dizem para desacreditá-la. Um sistema produtivo agroecológico é capaz de ser mais produtivo e sustentável que o atual sistema de produção moderno. Eliminando o uso de insumos tóxicos e de maquinarias pesadas. Agora, acreditar e ter esperança nestas alternativas é uma questão de escolha.

Mas o fato é o seguinte: esse mundo que viemos transformando nos últimos 50 anos, é impossível. O colapso econômico já demonstrou claramente isto. O sistema capitalista como se apresenta falhou, a falácia de que o consumismo é capaz de representar a qualidade de vida da sociedade se demonstrou uma tragédia. Mas a real crise se mostrará caso não mudemos nossa crença no progresso ilimitado. Não há mais como sustentar a ignorância de se tratar os bens naturais como fonte de recursos ilimitados. Quem defende esse tipo de pensamento é mesquinho a ponto de reduzir drasticamente a vida para satisfazer seus interesses pessoais. Mas o absurdo maior ocorre no âmbito político. Em sua definição básica, a Política seria a Arte de governar uma população. Exatamente, uma Arte. E na nossa situação, a menos que seja circense, de Arte não tem nada. Será realmente possível governar um estado virtualmente? Quer dizer que com e-mails e telefonemas se é capaz de gerir um estado?

É em um momento como esse que o Ecologismo vem ganhando força como movimento político em todo o país. Uma visão de movimento político ecológico, que visa propor alternativas ao sistema de sociedade vigente. O Ecologismo teve como principais intelectuais e ativistas Henrique Luiz Roessler, Augusto Carneiro e José Lutzenberger. Destes somente Carneiro está vivo. Mas política como Arte, tendo como embasamento uma ética profunda, que propicie a evolução da vida e não sua degradação. No sistema atual, por não ser “pragmática”, a ética é deixada de lado. Vejo o Ecologismo como movimento político que traz uma nova esperança para a humanidade. Pois, sem esperança de que outro mundo realmente é possível, estaremos lutando em vão.

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